Fui para uma Mostra de cinema faz alguns anos. Conheci uma moça chamada Joana na espera da fila do filme. Ela esperava suas amigas (descobri depois). Ela não era idosa. Tinha um trinta e pouco. Ela tinha uma tatuagem grande de peixe, um tipo de carpa cinza nas suas costas. Foi bem simpática, conversando, enquanto o pessoal ajeitava o som do cinema. Perguntei se ela ia ao show mais tarde do evento. Ela disse que aparecia com as amigas ( umas coroas de 70 anos) que chegaram pouco tempo depois. Nos despedimos e fui assistir o filme. Filme nacional, bacaninha para distrair no ócio. Saí da sessão, fui para casa, li um cadinho e voltei para ver o show do festival. Lá estava o peixe , ou melhor, Joana e suas costas com peixe. Não era bonita, nem nada, mas o peixe dela me chamava. Queria dormir com aquele peixe. E bem, fiz o que todo homem cretino faz: embebedei a moça, dei um “chega para lá” nas amigas dela e a convenci a ir à minha casa depois do show. Lá fui eu para meu lar gozar. Joana tirou a saia indiana, a blusa: ficou nua e semi cambaleante olhando para mim. Tirei minha roupa e mandei ela ficar de quatro. Gostei da posição porque podia ver a tatoo do peixe. Parecia que a carpa se mexia a cada estocada. Era bom de ver aquele peixe nadando. sentia o gemido de Joana como uma bolha de oxigênio saindo da boca daquela carpa.
Depois que gozei, eu não estava nem aí para Joana. Ela também não estava muito consciente. olhos meio revirados, babando. Fiz um pouco de sexo oral e a empurrei ela na cama. Dormiu na hora. E lá eu admirando o peixe dela.
Joana acordou no outro dia completamente desorientada. Não sabia o que havia feito. Estava com uísque demais na cabeça. Eu disse que ela dormiu no caminho para minha casa e só havia acordado agora. Meio incrédula e provavelmente envergonhada de ter saído comigo chutada de bebida, me chamou para sair de noite. Ironicamente me chamou para comer sushi.
De noite lá veio ela, levemente encurvada, nem bonita nem feia e seu peixe. Usava um vestido de costas nuas. Eu ia dar um fora nela, mas ela estava com o peixe à mostra. E não resisti: jantamos e fomos para minha casa, minha cama. Ela não estava bêbada, logo não ia deixar que eu transasse com o peixe. Percebi com esse pensamento que ela era só um suporte: o peixe era o que eu queria . Foi um sexo insípido. Joana era ruim de cama, já o peixe dela era excelente.
Com o tempo notei que a moça parecia gostar de mim e estava satisfeita saindo comigo. Eu também queria que ela voltasse: precisava planejar como ficar com o peixe e sem ela.
Durante algumas semanas a embebedei, como tática para fazer sexo com a carpa sem Joana. A lógica era: ela bebia demais, o peixe aparecia, Joana “sumia” e eu gozava incessantemente. Mas Joana começava a evitar beber muito e tentava se controlar. Então lá ia eu para as fodas ruins com ela. Passei então a dar um “sossega-leão”, um “boa-noite cinderela” e às vezes LSD para ela. Algumas vezes funcionava e ela se transformava num peixe que se contorcia e me contorcia de felicidade.
Ela estava doente e eu luxurioso. Eu estava resolvido a transformar Joana em uma drogada para que assim ela fosse sempre o zumbi e aparecesse, no seu lugar, aquele ser “ aquático” nas dorsais . Joana estava apaixonada por mim e pelo o que eu percebia na convivência, era sozinha no mundo no que se referia a família. Com o tempo as amigas reclamavam um pouco seu estado de bebedeira constante e falavam da minha má influência, mas eu não estava nem aí.
Porém Joana perdeu seu emprego devido as drogas e eu a acolhi felizmente na minha casa. No meu lar podia induzi-la a beber em todas as refeições. A depressão causada pelo desemprego também a ajudou se encharcar mais de álcool e pílulas. Foi um processo de alguns anos até ela começar a tremer a mão com a falta de álcool. Já eu nunca tinha estado tão bem no trabalho e na saúde: fodia todos os dias e quantas vezes eu quisesse com a minha carpa. Ah, e Joana não discutia, já estava ausente pela biritagem: só queria cachaça para ficar naquele estado quase catatônico que eu adorava. Joana foi emagrecendo, ficando feia e não escovava os dentes. Eu não me importava, dizia que a amava e acho que não mentia de todo ao dizer isso, pois amava uma parte dela : as costas de pisciana. Nos rompantes de sobriedade Joana me achava muito bom e compreensivo.
Tudo ia bem até que, quando voltei do trabalho, descobri pelo meu vizinho que Joana tinha morrido num acidente de trânsito. Obviamente não com o nosso carro, não deixava ela dirigir faz tempo. Joana morreu atravessando o semáforo no vermelho. Fiquei desesperado: eu precisava ver o corpo e observar se havia arranhado a minha carpa.
Meu vizinho me levou de carro até o IML : eu chorava copiosamente , meu vizinho achava que era a perda de Joana, mas o meu choro era outro , rezava pelo menos ruim : que o carro tivesse atropelado na barriga ou peito, mas não nas costas.
Ao checar a gaveta do necrotério, encontrei Joana. O carro passou pelas costas e deixou completamente mutilado o meu peixe . Se fosse outra parte do corpo eu poderia dar um jeito: subornaria o funcionário e retiraria o talho de pele com minha carpa. Mas não, minha vida estava acabada e só restara algo inútil ali: Joana. Enterrei o corpo devidamente e não comi mais peixe, como qualquer tipo de renúncia em reverência ao tempo que fodi um peixe pela mulher.
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