segunda-feira, 17 de junho de 2013

arranha céus,terras e homens

eram três prédios. Horríveis. Enormes. por isso resolvera destruí-los. lera um manual de bombas caseiras da internet e  colocou nos pilares da construção. estrondou e ruiram todos os indesejáveis gigantes. Não era uma causa, uma ideologia ou um protesto na queda deles, mas não eram bonitos os blocos de cimento e era próximo a sua casa. se perguntara brevemente se não era bobagem fazê-lo, se não era negligenciar um problema conjuntural, e , como de todos só poderia ser resolvido pelos mesmos, não por um indivíduo. Ou ,quem sabe , do seu ato adviria um argumento mais elaborado que seria justificado como uma advertência para o crescimento desenfreado das cidades. Poderia ser tudo verdade, poderia inclusive ser mentira . mas meu deus , aquilo o oprimia . era como, um muro  que separava do que antes via. uma foice da experiência do que o horizonte lhe vislumbrava. quem o consultou? quem perguntou a ele se aquilo era o melhor ?
viu cada edifício subir como numa caixa de legos e a desmontar de soslaio tudo que lhe imprimira sua realidade comum,circundante.Por isso teve que dar fim àquilo: que caísse tudo. mortalha do ressentido? uma negação afirmativa? talvez, mas o remorso não destruía realmente o seu crânio . Todos os valores,arquitetura e história devassados talvez levassem a algo inovador,moderno, e ,talvez, aquele prédio fosse o melhor para uma nova época, mas não veria esse tempo. Veria só o tempo antigo se arruinando. que ganharia sendo a favor dele?
Queria o antigo , o reacionário, ainda que fosse um fracasso subsequente a outro. um prédio caído sobre 1000 crescentes.

2012

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