uma eterna seis e meia. As luzes não eram discretas como as
lamparinas do século XIX. A eletricidade veio com o pai dos meus pais e
estes últimos se acostumaram até ser algo absurdamente comum.
Não
sei bem quando, talvez ninguém o saiba, mas os dias duravam mais, as
nossas atividades cresciam... a nossa fadiga se estendia. Mas ainda
havia uma ou outra esperança para os meus avós ( ou quem sabe para os
bisavós deles, não importa) : as luzes se apagavam, deitava-se sobre a
umidade de um solo que igualmente carregava o pai daqueles pais brutos e
trogloditas e via o mesmo que via o primeiro homem: negrume incomum,
lua e estrelas. Sempre haveria, sempre lá estariam: um patrimônio comum
símbolo de contemplação ou sinal de boemia. Mas as luzes : ah, as luzes!
tudo claro de acordo com o nosso esclarecimento e progresso : os
postes., os outdoors, o neon, a retirada do terror infantil do breu da
meia-noite.
Agora eu olhava placidamente e concentrado:era meia
noite e um minuto .O céu ainda parecia ser seis e meia. As estrelas
quase apareciam, podia pressenti-las... mas quê ! já passava as horas,
já irrompia o dia.
a noite todos os gatos eram pardos. ao céu de hoje todas as noites : dias pardos;
Mas é hora de ir trabalhar .
que horas são? não importa . é sempre dia, é sempre labuta.
Assinado:
filho do filho do filho de... um homem?
07.04.2012
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