Um dragão de escamas brancas era a estrada pedro II na visão de um
menino. um sobre o outro os carros, todos diferentes, mas sempre o mesmo
farol amarelo esbranquiçado, a imagem embaçada de não sei quem sobre os
vidros esfumaçados.
Não eram pessoas que passavam por aquela
avenida , eram já somente parte de uma coisa só , algo maior que a si
mesmos ou da direção que supostamente deliberavam . Quem sabe,
especulava o pirralho, sendo dragão, não vinha da Ásia ,percorrendo
subterrâneos e viajando sabe-se lá a que velocidade.
A hora
dessa serpente branca aparecer era às 12 horas e às 18 horas . nunca
vira sua cabeça nem sua cauda , o que era testemunho de sua enormidade. O
réptil gigante talvez estivesse a passear, atrasado para um encontro ou
ainda fugitivo do seu próprio rabo que de tão enorme sempre mordia a si
mesmo.
Sendo criança, tendo pai, e sendo o último motorizado por
consórcio ,também por vezes virava escama do grande dragão. Olhava
então as escamas do lado , e todas estavam concentradas para frente,
que, por sua vez dava visão tão somente a outra escama e assim por
diante.
O fluxo reluzente, que espairecia a mente sobre o vagar
das horas ociosas de uma criança agora parecia exaustivo. O brilhante
dragão não aparecia quando dentro de sua faicante pele: era o guri
engolido por ele e pelo seu digestivo: o tédio e a apatia. e tal nesta
situação de mal-estar sem quê, mas com um porquê, nunca aprendeu a
dirigir e se tornou peregrino. dizem que foi iluminado no tibet por um
dragão místico em uma de suas andanças.mas é só boato.
2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário