segunda-feira, 17 de junho de 2013

interpretação





Caso relatado em 1882 no casa de repouso Casa verde. Encontrei alguns documentos no acervo da biblioteca nacional. É relatado pelo doutor Bacamarte a história de Lúcio Aneu da Silva, jovem filho de pai com o mesmo nome e Hélvia Morais da silva. O jovem aparentemente teve um desenvolvimento físico normal , porém intelectualmente era incapaz de compreender qualquer tipo de metáfora.

O pai , intelectual, força o filho dito lesado a aprender latim e grego. no fim dos vinte anos o rapaz sabe a biblia e os antigos de cor. não os entende , claro.
Sua deficiência é evidente. nem uma leve comparação é compreendida. Seu pai morre. Causas naturais provavelmente. Ele está só com sua mãe que se esforça para aprender a lidar com as finanças. Eles tem posses para não trabalhar e é  considerado estúpido demais para fazer qualquer coisa de útil.Seus dias são relendo os livros no horário que o seu falecido pai o obrigou a decorar e  que não entende . caminhadas no sítio que mora e dar um beijo na mãe antes de ir dormir completam suas atividades diária.
O evento que o levou a casa de repouso ocorre num domingo em que sua mãe passa mal :febre , fraqueza e alucinações. vivendo numa cercania isolada e Impedido de chamar um médico a tempo  ,Lúcio  lembra do conselho de seu falecido pai que afirmava que a resposta de tudo estava nos livros. O jovem rapaz inocente ,por crença e debilidade mental, escolhe um calhamaço preferido do pai : o filósofo romano sêneca. Lá encontraran a expressão remédios da alma. Nunca entendera bem o que era alma , mas sabia que remédios curavam, e cá era o que ele supunha que a mãe necessitava.
Lá estava que era preciso reabrir as feridas morais para fortalecê-las. retirou as roupas de sua mãe, procuro cicatrizes no corpo e reabriu cada uma . A perda de sangue fez com que em duas horas sua mãe estivesse morta. Assim,o corpo a começar a feder e Lúcio empoçado de sangue envolta aos livros e alfarrábios, é encontrado pelos empregados na segunda-feira com o filho prostrado ao lado.

Levado direto a delegacia e, relatada a sua versão aqui acima reproduzida , o jovem Lúcio conhecido por sua estultície é levado a referida casa de repouso, uma vez que é considerado incapaz de ser responsabilizado pelos seus atos. Ao ser levado para lá, é escoltado por policiais com o perigo de linchamento da população local pelo ocorrido. Entre os impropérios escutados por Lúcio por parte das pessoas está o de ser imoral , matricida e assassino.

Na casa de repouso é tratado de maneira isolada, mas bem tratado. seu suicídio ocorre dez dias depois ao saber  por parte do enfermeiro que estava lá por estar doente e , por isso , tentar o mesmo tratamento que fez  à mãe.

12.12.2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário